sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


O sono não acompanha a noite.
Seguindo pelas vielas
apenas a insônia a respirar
o ar da madrugada.

Caminho ao teu lado,
doce companheira.
Vamos juntas em busca da loucura.

Minha mente em visões lancinantes
busca incessantemente afastar-me da luz.
Sim, a treva me acompanha e me protege.
Nela encontro moradia.

A escuridão: minha natureza.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011


Ouço gargalhadas no vento...
Teu medo alimenta
minha sede.

Quantos seres de outrora
ressurgem de suas tumbas para te perturbar?
No assobio do tempo,
cantarolando uma sinistra canção de ninar...

Não fiques acordado à minha espera...
Dorme agora,
venho buscar-te a alma antes da aurora.

Acende um cigarro e traga teu último suspiro.
Teu desespero de nada adiantará.
Não te escondas, não te furtes ao meu abraço sombrio.

Deita-te e aguarde-me.
Sou tua amada sedenta a buscar-te na noite.
Sou tua sina.
Sou aquela que te envolverá úmida e definitivamente.
Sou a terra que desfará todos os teus sonhos e infortúnios.

Ama-me como última e única certeza.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Escuridão


Quando a química se faz necessária
alcanço que não estou só.

Afundando no mar escuro
apenas ouço meu descompassado coração.

Retorno ao ponto inicial
de onde os seres sozinhos e putrefatos nunca deveriam ter saido.

Eles agoram retornam fortes e inaudíveis,
dispostos a se alimentar da mesquinhesa que me apresentaste.

Toma um copo.
Brinde comigo.
O fel está servido em sua homenagem.

Sem palavras


Sem ter o que dizer
Apenas ouço suas vozes
Elas me dizem coisas que não aquero acreditar.
Quiserá tudo fosse mais um pesadelo.

Minha alma se consome aos borbulhões.
Mágoa, raiva, ódio...
São as palavras que ecoam dia e noite.

Não sei mais chorar.
Mas ainda posso sentir meu peito sacudindo.
Apenas sinto a ânsia de vomitar...

Como é negra a bruma que paira sobre mim.
Como meu sangue clama por vingança.
Minha garganta sem palavras
anseia pelo momento de te encontrar...

Rasgar-te a face
arrancar teu coração ainda batendo
e vê-lo, lentamente morrer em minhas mãos...

Descobri que te amo e que esse vai ser teu derradeiro suspiro.